Foto de Oliveira Jr.

Pub­li­ca­do orig­i­nal­mente no blog JL Políti­ca, em 27/07/2019.

“Se as PPPs não resultarem num mel­hor serviço ao cidadão,estarão encal­han­do em algu­ma coisa”

Ago­ra, ou vai ou racha. Ou vai ou tora den­tro. Nesse começo do Gov­er­no de Beli­v­al­do Cha­gas, PSD, parece que o Esta­do de Sergipe acor­dou de um cer­to sono pro­fun­do para a neces­si­dade de avançar sobre as águas das Parce­rias Públi­co-Pri­vadas — as chamadas PPPs.

Na figu­ra do econ­o­mista e homem públi­co José de Oliveira Júnior, 57 anos, o Esta­do até erigiu um cav­aleiro das PPPs, que está a todo vapor, baten­do às por­tas dos empresários sergi­panos e da sociedade em ger­al para tornar as ideias destas pare­ce­rias mais claras, reais, palatáveis e, sobre­tu­do, aplicáveis.

Oliveira Júnior foi ele­va­do a tit­u­lar da Super­in­tendên­cia do Pro­gra­ma Estad­ual de PPPs e tem dado palestras até debaixo de pés de paus para faz­er as ideias rela­cionadas a estas parce­rias chegarem redon­da às pes­soas. Sem quixotismos.

Oliveira Júnior está mais do que con­ven­ci­do de que essas parce­rias são boas, aju­darão o Esta­do a prestar serviços mel­hores à sociedade, mas acha que tudo começa por uma comu­ni­cação aber­ta, ampla, dilata­da, na qual não restem dúvi­das do que elas significam.

Mas, fatal­mente, hoje o que mais sobram são dúvi­das — sobre­tu­do entre aque­les que o Gov­er­no ten­ta atrair como par­ceiros, que são os empresários. Sem quer­er ser um cav­aleiro do pos­i­tivis­mo exager­a­do, Oliveira Júnior desvia o foco e diz que os receios dos empresários não se des­ti­nam especi­fi­ca­mente às PPPs.

“Eu diria que a descon­fi­ança do empre­sari­a­do não é com as PPPs em si. É com a atu­ação dos Gov­er­nos em todas as instân­cias, num momen­to de crise econômi­ca e de difi­cul­dade de finanças públi­cas. Então, tan­to a nív­el fed­er­al, munic­i­pal quan­to estad­ual temos Gov­er­nos con­viven­do com difi­cul­dades orça­men­tárias, e de caixa”, diz Júnior.

“Isso faz com que o risco de atrasarem paga­men­tos de fornece­dores pri­va­dos se torne alto. E a própria expec­ta­ti­va de cresci­men­to econômi­co ain­da não se con­soli­dou. Não temos uma firmeza da saí­da da crise”, com­ple­ta Oliveira Júnior.

Ape­sar dis­so, o super­in­ten­dente do Pro­gra­ma Estad­ual de PPPs é só entu­si­as­mo com as per­spec­ti­vas de negó­cios nes­sa relação, mas não se pres­ta a pati­nar sobre maionese. Ele é carte­siano. Racional. “Não temos a expec­ta­ti­va de que pro­je­tos ime­di­atos sejam as grandes soluções”, diz.

“Emb­o­ra não este­jamos pen­san­do em lentidão, mas em artic­u­lar as PPPs ao pro­je­to de desen­volvi­men­to do Esta­do, que tem uma carteira con­sis­tente, robus­ta, que pos­sa crescer e aten­der mais na hora em que a econo­mia respon­der mel­hor”, avisa ele.

“A visão que nós esta­mos procu­ran­do traz­er para o Gov­er­no Beli­v­al­do Cha­gas, e que o gov­er­nador aceitou com sat­is­fação, é a de que temos que pen­sar em um pro­je­to a lon­go pra­zo. A grande ideia é tornar a PPP um instru­men­to a mais na carteira de fer­ra­men­tas da gestão mod­er­na”, afirma.

Nes­ta Entre­vistaOliveira Júnior fala de áreas e ativi­dades do Esta­do que hoje podem encaixar-se numa PPP, dá exem­p­los do que já está sendo feito neste sen­ti­do, fala, com con­hec­i­men­to de causa, sobre os hor­i­zontes energéti­cos do Esta­do e seus des­do­bra­men­tos pos­i­tivos, e jus­ti­fi­ca porque recaiu sobre ele a escol­ha do Gov­er­no para coor­denar tudo que diga respeito às PPPs.

Oliveira Júnior é for­ma­do em Econo­mia pela Uni­ver­si­dade Fed­er­al de Sergipe há 36 anos, em 1986, e des­de 1982 é fun­cionário de car­reira da Caixa Econômi­ca Fed­er­al. De uma car­reira, con­state-se, que ele prati­ca­mente tro­cou há quase 20 anos por servir a out­ras fron­teiras de Estado.

Deixou a CEF e foi par­tic­i­par da primeira gestão de Déda na PMA

Ami­go de primeira hora de Marce­lo DédaOliveira Júnior dá um tem­po à CEF des­de 2001, quan­do vira secretário de Admin­is­tração e de Gov­er­no da Prefeitu­ra de Ara­ca­ju sob o mes­mo Déda, emen­da com Gov­er­nos de Sergipe des­de 2007, ten­do pas­sa­do por Sec­re­tarias como as da Casa Civ­il, Seplag, Fazen­da, Sub­sec­re­taria de Desen­volvi­men­to Energéti­co e esta­va, sob Jack­son Bar­reto e Beli­v­al­do Cha­gas, na Asses­so­ria de Pro­je­tos de Desen­volvi­men­to, até ser remeti­do à atu­al Superintendência.

Nasceu em Itaba­iana no dia 19 de março — o José dele vem do san­to do dia e do pai, já fale­ci­do, a mãe é Terez­in­ha Mor­eira de Oliveira -, é casa­do com Ana Lúcia Nunes de Oliveira – que ele faz questão de diz­er que é a primeira e úni­ca -, com quem tem os fil­hos Tia­goFábio e Breno, todos Nunes de OIiveira.

Sem mui­ta afe­tação, ele é um desen­volvi­men­tista. “É evi­dente que o gás só terá ser­ven­tia na hora em que virar pro­dução. Para isso, ele pre­cisa ser explo­rado. Mas atenção: os inves­ti­men­tos em petróleo se dão em tem­po lon­go mes­mo”, diz, sobre o novo momen­to de entu­si­as­mo que paira sobre Sergipe. A Entre­vista vale a leitura.

José Oliveira Júnior nasceu em Itaba­iana no dia 19 de março

JLPolíti­ca — Se o sen­hor fos­se um homem de cap­i­tal, din­heiro e investi­dor, entraria nesse proces­so de PPP do Ceasa de Itaba­iana?
OJ — 
Sim. Inclu­sive, por ser ela uma PPP que deman­da inves­ti­men­tos rel­a­ti­va­mente pequenos, já que é de gestão e mod­ern­iza­ção. Então, eu diria que ela é acessív­el, mes­mo para empre­sas que não são de portes enormes.

JLPolíti­ca — E na lucra­tivi­dade, a PPP do Ceasa de Itaba­iana tem indí­cios que daria bom resul­ta­do?
OJ — 
Eu acred­i­to que sim. Os estu­dos ini­ci­ais que fiz­er­mos lev­am a crer que lá pode ser esta­b­ele­ci­do uma gestão super­av­itária. No entan­to, a PMI é exata­mente uma for­ma de con­sul­ta ao mer­ca­do. Nós vamos saber avaliar isso com mais pre­cisão a par­tir do momen­to em que as pro­postas nos forem entregues. E uma das ver­tentes impor­tantes dessa pro­pos­ta é que os empresários poderão avaliar o poten­cial de mer­ca­do e o poten­cial de rendi­men­tos que poderão auferir na admin­is­tração. Não está descar­ta­da, por exem­p­lo, a pos­si­bil­i­dade de o Gov­er­no con­tin­uar ten­do algum tipo de par­tic­i­pação no empreendimento.

JLPolíti­ca — Mas já existe algu­ma man­i­fes­tação de inter­esse especi­fi­ca­mente em relação à Ceasa de Itaba­iana?
OJ — 
Está em anda­men­to a PMI, mas não foram rece­bidas ain­da as pro­postas. O pra­zo das empre­sas se man­i­festarem e a divul­gação dis­so para o seu Por­tal será um fato aus­pi­cioso de publicidade.

JLPolíti­ca — As pes­soas estão imag­i­nan­do que os pro­je­tos de PPPs serão pen­sa­dos e imple­men­ta­dos ato con­tín­uo. O que há de erra­do nis­so?
OJ — 
A visão que nós esta­mos procu­ran­do traz­er para o Gov­er­no Beli­v­al­do Cha­gas, e que o gov­er­nador aceitou com sat­is­fação, é a de que temos que pen­sar em um pro­je­to a lon­go prazo.A grande ideia é tornar a PPP um instru­men­to a mais na carteira de fer­ra­men­tas da gestão mod­er­na. Então, não temos a expec­ta­ti­va de que pro­je­tos ime­di­atos sejam as grandes soluções. Emb­o­ra não este­jamos pen­san­do em lentidão, mas em artic­u­lar as PPPs ao pro­je­to de desen­volvi­men­to do Esta­do, que tem uma carteira con­sis­tente, robus­ta, que pos­sa crescer e aten­der mais na hora que a econo­mia respon­der melhor.

JLPolíti­ca — Quem é que inve­stiria R$ 400 mil­hões na recu­per­ação das rodovias estad­u­ais de Sergipe, ten­do nelas uma PPP?
OJ — 
Eu não acred­i­to que uma PPP para as rodovias pos­sa ter R$ 400 mil­hões de inves­ti­men­to pri­va­do, em bus­ca de retorno do usuário do serviço. Acred­i­to que seria um mon­tante difí­cil para que o usuário pague. Mas atenção: as PPPs podem ser con­cessões onerosas, total­mente onerosas, que é quan­do o usuário paga inte­gral­mente o cus­to do inves­ti­men­to e podem ser con­cessões admin­is­tra­ti­vas, quan­do o Gov­er­no par­tic­i­pa com a con­ta. Essa modal­i­dade pode­ria ser inter­mediária. Pode­ria, por exem­p­lo, ter par­tic­i­pação do Gov­er­no e par­tic­i­pação do usuário. Hoje o finan­cia­men­to da manutenção das rodovias cabe ao cidadão pela via do trib­u­to. Cada vez que nós tiver­mos mais PPPs na área rodoviária, ter­e­mos par­tic­i­pação maior do usuário, aque­le cidadão que está trafe­gan­do naque­la rodovia, naque­le momen­to, não o cidadão gener­i­ca­mente. Eu acho que esse é o mod­e­lo mais avança­do nas finanças públi­cas, onde o cus­to pode ser mel­hor dis­tribuí­do entre quem usa o serviço e a comu­nidade como um todo.

O MELHOR E LITERAL CONCEITO DE PPP
“O con­ceito que eu gos­to de usar diz que um con­tra­to de PPP é um con­tra­to de lon­go pra­zo, em que uma parte públi­ca e uma parte pri­va­da se somam para o desenvolvimento”

Esta­va, sob Jack­son Bar­reto e Beli­v­al­do Cha­gas, na Asses­so­ria de Pro­je­tos de Desen­volvi­men­to, até ser remeti­do à atu­al Superintendência

JLPolíti­ca — Qual a difer­ença entre uma con­cessão públi­ca e uma PPP?
OJ — 
A difer­ença é, fun­da­men­tal­mente, em alguns aspec­tos legais. A leg­is­lação fed­er­al tem uma lei bem especí­fi­ca para con­cessões públi­cas, e as PPPs têm out­ra leg­is­lação que diz que Parce­rias Públi­co-Pri­vadas se imple­men­tam a par­tir de uma modal­i­dade de con­tra­to que a lei chama de con­cessão patroci­na­da e con­cessão administrativa.

JLPolíti­ca — Lit­eral­mente, o que é uma PPP? É uma com­pra de serviço da área públi­ca ao setor par­tic­u­lar?
OJ – 
O con­ceito que eu gos­to de usar diz que um con­tra­to de PPP é um con­tra­to de lon­go pra­zo, em que uma parte públi­ca e uma parte pri­va­da se somam para o desen­volvi­men­to, “ou mod­ern­iza­ção, ou atu­al­iza­ção sig­ni­fica­ti­va”, e gestão de um bem públi­co, “incluin­do poten­cial­mente a gestão de um serviço, no qual a parte pri­va­da assume riscos e geren­cia as respon­s­abil­i­dades sig­ni­fica­ti­vas ao lon­go da vida do con­tra­to, fornece uma parte sig­ni­fica­ti­va do finan­cia­men­to, com sua con­ta em risco, e a remu­ner­ação dessa parte pri­va­da está sig­ni­fica­ti­va­mente lig­a­da ao desem­pen­ho ou a deman­da ou o uso do ati­vo ou serviço, de modo a alin­har os inter­ess­es de ambas as partes”. Essa é uma definição endos­sa­da pelo Ban­co Mundial.

JLPolíti­ca — O que é que a Super­in­tendên­cia do Pro­gra­ma Estad­ual de PPPs pode faz­er para super­ar uma cer­ta descon­fi­ança do empre­sari­a­do sergi­pano?
OJ — 
Eu diria que a descon­fi­ança do empre­sari­a­do não é com as PPPs em si. É com a atu­ação dos Gov­er­nos em todas as instân­cias, num momen­to de crise econômi­ca e de difi­cul­dade de finanças públi­cas. Então, tan­to a nív­el fed­er­al, munic­i­pal quan­to estad­ual temos Gov­er­nos con­viven­do com difi­cul­dades orça­men­tárias, e de caixa. Isso faz com que o risco de atrasarem paga­men­tos de fornece­dores pri­va­dos se torne alto. E a própria expec­ta­ti­va de cresci­men­to econômi­co ain­da não se con­soli­dou. Não temos uma firmeza da saí­da da crise.

JLPolíti­ca — O sen­hor acha que se essa apli­cação da real­i­dade das PPPs fos­se lá em 2011 para atrás, seria mais fácil de con­seguir uma evolução mel­hor?
OJ -
 Em vários momen­tos, com a econo­mia mel­hor, nós tive­mos mui­ta eufo­ria com as PPPs. Eu acred­i­to que, se tiver­mos uma recu­per­ação econômi­ca, isso volte a se repetir.

JLPolíti­ca — Já tem algu­ma man­i­fes­tação de Pro­ced­i­men­to de Man­i­fes­tação de Inter­esse fei­ta em direção ao Gov­er­no de Sergipe?
OJ — 
Sim. Nós esta­mos ini­cian­do o proces­so for­mal de man­i­fes­tação de inter­esse, o primeiro sob a super­visão dessa estru­tu­ra nova cri­a­da pelo gov­er­nador, que é o da gestão e da mod­ern­iza­ção da Ceasa de Itaba­iana. Nós esta­mos procu­ran­do um par­ceiro pri­va­do para trans­ferir a respon­s­abil­i­dade, ago­ra não mais de con­stru­ir o ati­vo públi­co Ceasa, que já está lá feito, e muito bem feito. Porém, achamos que ele pode ser mel­ho­ra­do para ter um papel mais sig­ni­fica­ti­vo na econo­mia region­al de Itaba­iana. E, para isso, nós achamos que um par­ceiro pri­va­do pode ter inter­esse e um pro­je­to que faça mais sen­ti­do economicamente.

NÃO CONFUNDIR PPP COM PRIVATIZAÇÃO
“Na ver­dade, a PPP rig­orosa­mente não é pri­va­ti­za­ção. A par­tir do momen­to que você tem parce­ria com o setor públi­co, não foi inteira­mente trans­feri­do para o con­t­role privado”

“A par­tir do momen­to que você tem parce­ria com o setor públi­co, não foi inteira­mente trans­feri­do para o con­t­role pri­va­do”, avalia

JLPolíti­ca — Sergipe está chegan­do atrasa­do no uni­ver­so das PPPs, e isso pode ter que impli­cações?
Oliveira Junior — 
Essa é uma per­gun­ta difí­cil e muito espec­u­la­ti­va. Eu não diria que esta­mos chegan­do atrasa­dos. Diria que o uni­ver­so das PPPs ain­da foi pouco toca­do no con­jun­to das admin­is­trações públi­cas brasileiras. O Gov­er­no Fed­er­al pas­sou muitos anos sem faz­er PPPs, ou PPI — Pro­gra­ma de Parce­rias de Inves­ti­men­tos -, que é um pro­gra­ma recente do Gov­er­no Fed­er­al e que tem explo­rado muito mais as ver­tentes de con­cessão de serviços públicos.

JLPolíti­ca — Não seria um prob­le­ma exclu­si­vo de Sergipe?
OJ — 
Então, em muitos esta­dos não há exper­iên­cias de PPPs con­tratadas. Em com­pen­sação, em muitos poucos têm exper­iên­cias exi­tosas. Eu diria que temos que vis­lum­brar a PPP da maneira cor­re­ta. É um instru­men­to a mais nas fer­ra­men­tas de que o setor públi­co dis­põe para imple­men­tar projetos.

JLPolíti­ca — A leg­is­lação que o Esta­do tem hoje vem de Marce­lo Déda, que é 2007, ou antes. Ela pas­sou por algu­ma adap­tação nova?
OJ — 
Não. Em princí­pio, essa leg­is­lação per­manece rel­a­ti­va­mente mod­er­na, mes­mo sendo de 2004, porque antes da leg­is­lação de 2007 que Marce­lo Déda envi­ou — e eu era secretário da Casa Civ­il na época -, já havia uma lei pro­pos­ta por João Alves Fil­ho. Eu diria que num nív­el legal, essa leg­is­lação atende atual­mente. Porém, exis­tem algu­mas mod­i­fi­cações e dis­cussões a nív­el infra legal, sobre­tu­do do chama­do Proces­so de Man­i­fes­tação de Inter­esse – o PMI. Isso nós temos tem­po e opor­tu­nidade para traz­er e ade­quar ao Gov­er­no de Sergipe.

JLPolíti­ca — Qual o risco de se con­fundir PPP com pri­va­ti­za­ção?
OJ — 
O prin­ci­pal risco é ain­da o resquí­cio de uma dis­cussão ide­ológ­i­ca que insiste em faz­er com que a pri­va­ti­za­ção seja demo­niza­da. Na ver­dade, a PPP rig­orosa­mente não é pri­va­ti­za­ção. A par­tir do momen­to que você tem parce­ria com o setor públi­co, não foi inteira­mente trans­feri­do para o con­t­role pri­va­do. O risco é, sobre­tu­do, uma espé­cie de demo­niza­ção ide­ológ­i­ca que subes­ti­ma a avali­ação real de pro­je­tos e trans­for­ma em um mero adje­ti­vo de demo­niza­ção. Só isso.

JLPolíti­ca — Uma obra fei­ta via PPP não vai ser nun­ca uma obra públi­ca. Vai chegar um pra­zo em que ela é repas­sa­da ao domínio do Gov­er­no?
OJ — 
Ela não vai ser nun­ca uma obra com­ple­ta­mente pri­va­da. Quan­do o pra­zo da PPP aca­ba, o ati­vo vol­ta a ser do Governo.

AS PPPS NO TEMPO DA ORDEM NACIONAL
“Eu não diria que esta­mos chegan­do atrasa­dos. Diria que o uni­ver­so das PPPs ain­da foi pouco toca­do no con­jun­to das admin­is­trações públi­cas brasileiras”

Com a mãe, Terez­in­ha, e o fil­ho Breno

JLPolíti­ca — O que poderá ocor­rer com Sergipe com essas três ativi­dades imple­men­tadas? Podem nascer o que no em torno delas ou em decor­rên­cia delas?
OJ — 
Por exem­p­lo, o grande bene­fí­cio da ter­moelétri­ca não está na pro­dução de ener­gia sim­ples­mente, mas no poten­cial do mer­ca­do de gás que nós temos em Sergipe. Quan­do a gente fala em Sergipe no com­plexo indus­tri­al por­tuário, temos que ver nesse con­ceito a por­ta de entra­da para os grandes inves­ti­men­tos que serão feitos no mar, em águas pro­fun­das e que tem um reflexo em ter­ra que ben­e­fi­cia emprego e ren­da locais. Esse proces­so não é triv­ial, sim­ples de faz­er. Cada vez mais, a con­cor­rên­cia se dá em padrões globais e nós sergi­panos pre­cisamos estar prepara­dos para bus­car uma fatia maior nesse processo.

JLPolíti­ca — Adi­anta algo ter uma reser­va de gás nat­ur­al pro­fun­da, sig­ni­fica­ti­va, e ela não ser explo­ra­da pela Petro­bras ou por ter­ceiros?
OJ – 
É evi­dente que o gás só terá ser­ven­tia na hora em que virar pro­dução. Para isso, ele pre­cisa ser explo­rado. Mas atenção: os inves­ti­men­tos em petróleo, primeiro, se dão em tem­po lon­go mes­mo. Segun­do, só tín­hamos um play­er onde depositá­va­mos todas as nos­sas esper­anças, a Petro­bras. E esse play­er, com baixa capaci­dade de investimento.

JLPolíti­ca – Hoje mudou em quê?
OJ – 
Hoje entrou a Exxon, dona de poços jun­to com a Petro­bras, que é um play­er com capaci­dade de inves­ti­men­to sat­is­fatório e em ação e que poderá agir até mais rapidamente.

TERMINAL IGNÁCIO BARBOSA, PONTO DE PARTIDA
A ampli­ação do Ter­mi­nal Por­tuário Igná­cio Bar­bosa é um dos desafios mais impor­tantes que o Esta­do de Sergipe pode ter. É voltar a ter no por­to uma grande meta de desenvolvimento”

Com o fil­ho Breno, que é sur­do e empresário de destaque nacional

JLPolíti­ca — Na esfera sergi­pana, quem tem mais difi­cul­dade de assim­i­lar o con­ceito de PPPs entre o Gov­er­no e o empre­sari­a­do?
OJ — 
Acred­i­to que exista um dev­er de casa a ser feito pelo Esta­do, não ape­nas pelo Poder Exec­u­ti­vo, mas órgãos de con­t­role, setores que se envolvem numa PPP, como é um dev­er de casa dos empresários até para se preparar para ver nas PPPs pos­si­bil­i­dades de oper­ações que eles incor­porem às suas ativi­dades. Mas há tam­bém a pos­si­bil­i­dade que a própria pop­u­lação com­preen­da mel­hor o que é que pode ser o resul­ta­do de PPP para poder par­tic­i­par e exercer a cidada­nia de for­ma críti­ca e ativa.

JLPolíti­ca — O que o sen­hor diria aos empresários sergi­panos que veem nas relações de PPP algo de altís­si­mo risco enquan­to inves­ti­men­to?
OJ — 
Eu diria que essa não é a tôni­ca prin­ci­pal. Eu acho que a maior parte dos empresários as veem com boa expec­ta­ti­va e bons olhos. No entan­to, como eu disse antes, eles foram dura­mente atingi­dos pela crise. Então, é nat­ur­al que este­jam ress­abi­a­dos. Mas todos eles sabem per­feita­mente avaliar negó­cios. Eu até diria que os empresários são uma parte mais bem prepara­da exata­mente nis­so. É o que eles têm de mais exper­tise: saber avaliar negó­cios, detec­tar opor­tu­nidades e, nesse sen­ti­do, con­tribuir para o setor público.

JLPolíti­ca — O que é que o Sebrae, a Fed­er­ação das Indús­trias e o Banese podem con­tribuir para um maior esclarec­i­men­to das PPPs?
OJ — 
Acho que todas as três insti­tu­ições citadas atu­am com públi­cos que são ansiosos por infor­mações nes­sa área, quer por even­tu­al fornece­dor da PPP, quer como even­tu­al fornece­dor dos fornece­dores de PPPs, quer como even­tu­ais con­sum­i­dores de serviços públi­cos. Então, são insti­tu­ições que têm uma tradição, uma história em Sergipe e podem dar sua con­tribuição nesse instru­men­to de con­t­role social e de transparên­cia que é o Con­sel­ho das PPS.

JLPolíti­ca — O sen­hor acha que faz­er esse assun­to entrar redond­in­ho na vida do empre­sari­a­do, da sociedade e do Gov­er­no é uma deman­da de comu­ni­cação da sua Super­in­tendên­cia?
OJ — 
Sim. Sem dúvi­das nen­hu­ma. Acho que é uma das coisas que a Super­in­tendên­cia, os secretários, Gov­er­no como um todo, pre­cisam, exata­mente, assen­ho­rar-se do assun­to para poder prestar uma infor­mação obje­ti­va e dev­i­da ao cidadão.

JLPolíti­ca — Que tipo de recep­tivi­dade o sen­hor tem tido em suas ações públi­cas como o cav­aleiro das PPPs?
OJ – 
Eu acho que o títu­lo cav­aleiro das PPPs não traduz um fato obje­ti­vo. PPP como instru­men­to de gestão não pre­cisa de cav­aleiro, pre­cisa de agentes públi­cos. Cav­aleiro das PPPs como uma metá­fo­ra hon­rosa, eu diria que acen­tua esse papel de comu­ni­cação que eu acho fun­da­men­tal para a sociedade mod­er­na. Esta­mos todos a falar de transparên­cia, de con­dução mais efi­ciente dos negó­cios públi­cos na direção de uma prestação mel­hor dess­es serviços. Esse é o obje­ti­vo das PPPs. Se as PPPs não resultarem num mel­hor serviço ao cidadão, estarão encal­han­do em algu­ma coisa.

A PRIMEIRA LUZ NO TÚNEL DAS PPPS
“Esta­mos ini­cian­do o proces­so for­mal de man­i­fes­tação de inter­esse, o primeiro sob a super­visão dessa estru­tu­ra nova cri­a­da pelo gov­er­nador, que é o da gestão e da mod­ern­iza­ção da Ceasa de Itabaiana”

“O con­ceito que eu gos­to de usar diz que um con­tra­to de PPP é um con­tra­to de lon­go pra­zo”, revela

JLPolíti­ca — De que maneira?
OJ — 
Nós temos uma infraestru­tu­ra viária que favorece. Como tam­bém, na medi­da em que nós tiver­mos esse comér­cio a par­tir de Ara­ca­ju, você alcança cen­tros urbanos como Recife e Sal­vador, muito prox­i­ma­mente. Então, a gente tem uma infraestru­tu­ra acessív­el — olhe o por­to de novo aí — que pode pos­si­bil­i­tar cus­tos menores a empre­sas dessa área.

JLPolíti­ca — Essas descober­tas de gás da Petro­bras, o pro­je­to da ter­melétri­ca da Cesle e o par­que de ener­gia solar dos chi­ne­ses são fir­u­la, pana­ceias ou algo real?
OJ — 
A ter­moelétri­ca já será inau­gu­ra­da em primeiro de janeiro. Então, já é uma real­i­dade conc­re­ta, obje­ti­va. A grande real­i­dade que nós temos é, antes dis­so, a eóli­ca, um pro­je­to que ain­da vai ser sub­meti­do a leilão de ener­gia, mas que poderá tam­bém ter o des­ti­no do mer­ca­do livre. Isso já acon­tece este ano. Isso tam­bém é um pro­je­to muito impor­tante e inter­es­sante para Sergipe. As medições indicam uma óti­ma pro­du­tivi­dade para eóli­ca em Riachão — então, tam­bém é um item impor­tante da carteira de pro­je­tos que dis­putarão leilão. Detal­he: este ano, pos­sivel­mente, terá um cenário difí­cil do lado da deman­da. Ou seja, a ausên­cia de cresci­men­to da econo­mia faz com que a gente não ten­ha um otimis­mo muito grande com a quan­ti­dade de ener­gia que o Gov­er­no com­prará através do mecan­is­mo de leilão. No entan­to, ess­es pro­je­tos poderão ser reap­re­sen­ta­dos daqui a seis meses, um ano, dois, três, porque eles já con­sol­i­dam inves­ti­men­tos impor­tantes. Todos ess­es pro­je­tos já reser­varam áreas, já tem con­tatos com pro­pri­etários de área, estu­dos feitos, medições de ven­tos. Então, uma parte do inves­ti­men­to que já foi feito foi pelo pri­va­do. Não foi din­heiro públi­co. O que mostra que eles viram opor­tu­nidades significativas.

JLPolíti­ca — Mas a per­gun­ta é: essas descober­tas de gás da Petro­bras, o pro­je­to da ter­melétri­ca da Cesle e o par­que de ener­gia solar dos chi­ne­ses são fir­u­la, pana­ceias ou algo real?
OJ — 
As três coisas citadas são algo real. São pro­je­tos que estão em desen­volvi­men­to com cap­i­tal pri­va­do. Não depen­dem de incen­ti­vo públi­co e já estão, no caso da usi­na ter­moelétri­ca, com data de inau­gu­ração defini­da. Ago­ra, o que a gestão públi­ca pre­cisa faz­er é bus­car for­mas para que ess­es inves­ti­men­tos de ener­gia agucem efeitos de dinamiza­ção da cadeia produtiva.

MISSÃO DE TORNAR REDONDA A IDEIA DAS PPS
“É uma das coisas que a Super­in­tendên­cia, os secretários, Gov­er­no como um todo, pre­cisam, exata­mente, assen­ho­rar-se do assun­to para poder prestar uma infor­mação obje­ti­va e dev­i­da ao cidadão”

“A ampli­ação do Ter­mi­nal Por­tuário Igná­cio Bar­bosa é um dos desafios mais impor­tantes que o Esta­do de Sergipe pode ter”, defende

JLPolíti­ca — Como é que se inter-rela­cionam a Super­in­tendên­cia e o Con­sel­ho de PPPs?
OJ —  
A Super­in­tendên­cia é um órgão que sec­re­taria o Con­sel­ho. Ela prepara pro­je­tos e leva ao Con­sel­ho, e este tem o poder deliberativo.

JLPolíti­ca — A quem com­pete sele­cionar, pri­orizar e for­mar uma carteira de pro­je­tos pas­sivos de parce­rias?
OJ — 
A essa Super­in­tendên­cia em con­jun­to com as áreas de plane­ja­men­to. Essas áreas o gov­er­nador unifi­cou hoje na Sec­re­taria Ger­al de Gov­er­no. Então, eu diria que os esforços da Super­in­tendên­cia, da Sec­re­taria e mais do pes­soal que orga­ni­za o plane­ja­men­to do Esta­do, ao lon­go de cur­to pra­zo — todo esse con­jun­to de pes­soas abri­gadas na anti­ga Casa Civ­il, hoje Sec­re­taria Ger­al de Gov­er­no, sob o coman­do do Feli­zo­la e dire­ta­mente o governador.

JLPolíti­ca — Em que ter­mos se dari­am empreendi­men­tos imo­bil­iários da ini­cia­ti­va par­tic­u­lar em ter­renos públi­cos?
OJ — 
Essa é uma dis­cussão que surgiu a par­tir de uma proposi­tu­ra de empresários da con­strução civ­il daqui de Sergipe. Eles viram exem­p­los em out­ros Esta­dos, como São Paulo, onde foram feitos con­jun­tos habita­cionais em ter­renos públi­cos, e a ideia é a de que a ven­da dess­es imóveis, a parte públi­ca dess­es imóveis, os ter­renos, pos­sa ser em um proces­so de parce­ria para o empreendi­men­to imo­bil­iário. Então, por exem­p­lo, o empresário teria cer­ta redução de cus­tos no iní­cio do proces­so e diluiria o ressarci­men­to ao Esta­do durante as ven­das dos ativos. Essa é uma ideia, mas obvi­a­mente que ain­da está em esta­do de ini­cial, e pre­cis­ará ser ampla­mente dis­cu­ti­da. Vamos levá-la, por exem­p­lo, à Caixa Econômi­ca, que é o órgão finan­ciador tradi­cional dessa área no Brasil.

JLPolíti­ca — Além da Ceasa de Itaba­iana e do Ter­mi­nal Por­tuário, quais são as out­ras áreas com maiores prob­a­bil­i­dade de se esta­b­ele­cer PPPs em Sergipe?
OJ — 
Ini­cial­mente, uma coisa muito impor­tante para condição atu­al do Gov­er­no é ten­tar trans­ferir algu­mas ativi­dades de gestão de ativos que já estão pron­tos e que podem ser geri­dos pela exper­iên­cia do pri­va­do. Eu fico imag­i­nan­do, por exem­p­lo, o Cen­tro de Con­venções em Ara­ca­ju. Ati­vo impor­tante que, cer­ta­mente, a ven­da dele como pon­to de atração de even­tos turís­ti­cos de ordem empre­sar­i­al, segu­ra­mente, poderá ser fei­ta de maneira mais efi­ciente com a con­tribuição de pri­va­dos. Esse é um ati­vo bom. Em vários out­ros casos, temos isso tam­bém — até em áreas pouco explo­radas pelo Gov­er­no. Por exem­p­lo, áreas de con­ser­vação ambi­en­tal: algu­mas pes­soas tem enorme receio. Nós temos reser­vas ambi­en­tais que podem ser explo­radas por empre­sas espe­cial­izadas na área de mane­jo ambi­en­tal e con­ser­vação. E parte delas pode, even­tual­mente, ser des­ti­na­da a explo­ração turís­ti­ca, com restau­rantes e museus. O finan­cia­men­to dis­so não seria somente medi­ante a entra­da de tur­is­tas. Mas o próprio gas­to que o Gov­er­no tem hoje para gerir essas áreas pode ser mel­hor des­ti­na­do através de par­ceiros pri­va­dos. Como sem­pre, PPP é uma for­ma, um mecan­is­mo a mais difer­en­ci­a­do de con­tratar serviços públi­cos no lon­go pra­zo e com diluição de riscos e de opor­tu­nidades entre par­ceiros públi­cos e privados.

JLPolíti­ca — O son­hado Hos­pi­tal do Câncer Gov­er­nador Marce­lo Déda seria tam­bém uma delas?
OJ — 
Cer­ta­mente, na área da saúde tem espaço para PPPs. Gestão e oper­ação de vários tipos de serviços médi­cos podem ser feitos, sem dúvi­da, em parce­rias. E já temos algu­mas exi­tosas no Brasil. Existe esse mod­e­lo na Bahia, Per­nam­bu­co, Ceará. Então, sem dúvi­da nen­hu­ma, um pon­to impor­tante a ser observado.

JLPolíti­ca — É plausív­el a con­strução de uma nova Cen­tral de Abastec­i­men­to na cidade de Ara­ca­ju via PPPs?
OJ -
 Sem dúvi­da nen­hu­ma, e está nos nos­sos planos. Eu acho que seria muito impor­tante se nós pen­sar­mos que Petroli­na, Per­nam­bu­co, e Juazeiro, Bahia, se aprox­i­maram de Ara­ca­ju por via da BR-235, então acho que o Esta­do pode se preparar mel­hor para o seu papel não só de recep­tor, mas de distribuidor.

DO RESSABIAMENTO DOS EMPRESÁRIOS LOCAIS
“Eu acho que a maior parte dos empresários as veem com boa expec­ta­ti­va e bons olhos. No entan­to, eles foram dura­mente atingi­dos pela crise. Então, é nat­ur­al que este­jam ressabiados”

Foi secretário de Admin­is­tração e de Gov­er­no da Prefeitu­ra de Ara­ca­ju, mas com Déda prefeito

JLPolíti­ca – Tem havi­do mais acol­hi­men­to do que rechaço quan­do o sen­hor expõe a ideia das PPPs para o Esta­do de Sergipe?
OJ — 
Sem dúvi­da nen­hu­ma, a maio­r­ia das pes­soas tem entendi­men­to de que os mecan­is­mos da gestão hoje são insu­fi­cientes. Você vai ouvir muito mais queixas dos proces­sos tradi­cionais de lic­i­tação. E a Lei 8.666 tem tan­tos anos. Não é que ess­es instru­men­tos devam ser esque­ci­dos, mas eles pre­cisam ser apri­mora­dos para que os resul­ta­dos da gestão se traduzam em mel­ho­ria para o cidadão, para que o cidadão perce­ba o esforço da gestão públi­ca. Isso hoje não é com­ple­ta­mente sat­is­fatório em vários dos instru­men­tos que os gov­er­nantes têm à disposição.

JLPolíti­ca — O sen­hor acha que a ampli­ação do Ter­mi­nal Por­tuário Igná­cio Bar­bosa pode ser uma PPP facil­mente pactu­a­da em vir­tude dos proces­sos de ener­gias novas que surgem em Sergipe e dos
des­do­bra­men­tos dis­so?
OJ — 
A palavra facil­mente quase nun­ca é aplicáv­el a pro­je­tos dessa natureza. Mas eu acred­i­to que aam­pli­ação do Ter­mi­nal Por­tuário Igná­cio Bar­bosa é um dos desafios mais impor­tantes que o Esta­do de Sergipe pode ter. É voltar a ter no por­to uma grande meta de desen­volvi­men­to. Acho que pre­cisamos bus­car isso de todo o jeito. O taman­ho do nos­so por­to, sem dúvi­da nen­hu­ma, é sat­is­fatório. Ele requer inves­ti­men­tos de mod­ern­iza­ção e de ampli­ação. E se a PPP pudesse ser um instru­men­to para isso, óti­mo. Claro, que temos que estu­dar mais o tema, inclu­sive do pon­to de vista reg­u­la­men­tatório. O por­to é reg­u­la­do pela Antaq — Agên­cia Nacional de Trans­portes Aqua­viários -, a nív­el fed­er­al. Então é pre­ciso exam­i­nar os vários pro­gra­mas desen­volvi­dos, na questão reg­u­latória. Mas, se a PPP pud­er ser útil nis­so, cer­ta­mente será ser um instru­men­to mel­hor para par­tic­i­pação do setor públi­co e para atração de inter­ess­es pri­va­dos, com cap­i­tal e visão de lon­go pra­zo para inve­stir no porto.

JLPolíti­ca — Qual será o papel da Agrese no uni­ver­so das PPPs?
OJ — 
A Agrese tem um papel impor­tan­tís­si­mo. Ela é a nos­sa agên­cia reg­u­lado­ra de serviços del­e­ga­dos e, por­tan­to, toda PPP, ao final dela, vai del­e­gar exe­cução de serviços públi­cos ou pri­va­dos. Por­tan­to, esse pri­va­do será fis­cal­iza­do pela Agrese. Ela par­tic­i­pa no iní­cio das mon­ta­gens das PPPs. Ela des­en­cadeia o proces­so de PMI, que é um proces­so de inter­esse pri­va­do, através de chama­men­tos públi­cos e ao final do con­tra­to, depois do proces­so de lic­i­tação públi­ca, ela vai poder fis­calizar a prestação dos serviços ao cidadão.

JLPolíti­ca — Por que recaiu sobre a sua pes­soa a condição de tit­u­lar da Super­in­tendên­cia de PPPs?
OJ – 
Essa é uma per­gun­ta mais para o gov­er­nador do que para mim. Mas o gov­er­nador me falou que escol­heu meu nome em função da exper­iên­cia que eu ten­ho, des­de o iní­cio da gestão nes­sa esfera. Eu tam­bém ten­ho par­tic­i­pa­do de várias ativi­dades da chama­da Rede PPP, que são as unidades de PPPs nos Esta­dos e Municí­pios que, even­tual­mente, fazem ativi­dade de divul­gação, capac­i­tação. Ten­ho uma cer­ti­fi­cação de proces­so de PPP e a APMG, que é uma enti­dade cer­ti­fi­cado­ra de profis­sion­ais atu­antes na área. E, por con­ta dess­es fatores, Beli­v­al­do Cha­gas achou que eu seria a pes­soa indi­ca­da e eu me esforçarei para cor­re­spon­der a essa expec­ta­ti­va dele.

JLPolíti­ca — Como é que se inter-rela­cionam a Super­in­tendên­cia e o Con­sel­ho de PPPs?
OJ —  
A Super­in­tendên­cia é um órgão que sec­re­taria o Con­sel­ho. Ela prepara pro­je­tos e leva ao Con­sel­ho, e este tem o poder deliberativo.

DO TEMPO DE MATURAÇÃO DOS PROCESSOS
“A grande ideia é tornar a PPP um instru­men­to a mais na carteira de fer­ra­men­tas da gestão mod­er­na. Então, não temos a expec­ta­ti­va de que pro­je­tos ime­di­atos sejam as grandes soluções”

Com o prefeito de São Cristóvão, Mar­cos Santana

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Oliveira Jr.

Economista. Especialista em Ciências Sociais (Estado e Sociedade no Nordeste do Brasil) e Empreendedorismo. Mestre em Tecnologias Emergentes em Educação (Must University, 2022).

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