Gráfico do Radar dos ODS para Aracaju/SE

Em que aspec­tos a cidade de Ara­ca­ju dev­e­ria mel­ho­rar para alcançar mel­hores índices de desen­volvi­men­to sus­ten­táv­el, levan­do em con­ta a métri­ca insti­tuí­da pela ONU? A per­gun­ta insti­gante pode ser respon­di­da ape­nas com algu­mas con­sul­tas ao web­site Índice de Desen­volvi­men­to Sus­ten­táv­el das Cidades, que per­mite a visu­al­iza­ção numéri­ca dos resul­ta­dos obti­dos em uma cen­te­na de indi­cadores estatís­ti­cos rel­e­vantes para com­parar o desenvolvimento.

Como vimos no arti­go ante­ri­or, a cidade de Ara­ca­ju tem uma pon­tu­ação glob­al de 49,59, bas­tante próx­i­ma aos 50 pon­tos que é exata­mente a metade do cam­in­ho dos 100 pon­tos pos­síveis. Com­para­da a out­ras cap­i­tais da região Nordeste, Ara­ca­ju tam­bém está no meio do cam­in­ho, mel­hor que São Luís, Maceió, Teresina e Natal e abaixo das demais.

Onde melhorar?

A importân­cia do índice é que ele aju­da a ori­en­tar as políti­cas públi­cas de gestão da cidade, SE, é impor­tante levar em con­ta esse aler­ta, as métri­c­as não estiverem equiv­o­cadas ou enviesadas. Atual­mente, após a COVID19 e seus per­ver­sos efeitos, e levan­do em con­ta que o cen­so dece­nal do IBGE se encon­tra bas­tante atrasa­do, muitos dos indi­cadores disponíveis não são inteira­mente con­fiáveis, difi­cul­tan­do a decisão dos gestores e o tra­bal­ho dos técnicos.

Vamos aos números de Ara­ca­ju, obser­van­do as dezes­sete áreas em que se deve pri­orizar o desen­volvi­men­to, segun­do a for­mu­lação do índice. O grá­fi­co abaixo mostra exata­mente quais os mel­hores e piores critérios para a cidade (disponív­el neste LINK):

Radar dos ODS para Aracaju

O Radar dos ODS mostra que a mel­hor per­for­mance da cidade está no critério ODS 9, que diz respeito à indús­tria, ino­vação e Infraestru­tu­ra, o úni­co critério sinal­iza­do em verde ape­sar da nota ser 84,55. Mas do pon­to de vista da nota abso­lu­ta a cidade tam­bém está bem pon­tu­a­da no critério ODS 13, que tra­ta a ação con­tra a mudança glob­al do cli­ma (nota 90,1); e no critério 6, água limpa e sanea­men­to (com o reg­istro de que ain­da cabem mel­ho­rias significativas).

E quais os piores indicadores?

A menor nota da cidade está no critério 5, que diz respeito à igual­dade de gênero (triste con­statação para o dia de hoje, ded­i­ca­do às mul­heres). A pon­tu­ação é de ape­nas 26,26 dos 100 pon­tos pos­síveis, e os indi­cadores de taxa de fem­i­nicí­dio e a baixa par­tic­i­pação fem­i­ni­na na Câmara de Vereadores (ref­er­ente à leg­is­latu­ra ante­ri­or), pux­am a nota para baixo.

O out­ro indi­cador muito ruim é o de número 15, pro­te­ger a vida ter­restre (nota 27). Neste, os índices rela­ciona­dos a preser­vação de áreas flo­restadas e à pro­porção do ter­ritório abrangi­dos por unidades de con­ser­vação são os mais críticos.

O critério 11, inti­t­u­la­do cidades e comu­nidades sus­ten­táveis, é o ter­ceiro pior no Radar dos ODS. Esse critério embute indi­cadores rela­ciona­dos à qual­i­dade de vida, e reg­is­tra aspec­tos neg­a­tivos para a Ara­ca­ju em relação à forte pre­sença de habitações ou assen­ta­men­tos em condições subnormais.

Veja a seguir o con­jun­to dos critérios e a sinal­iza­ção de todos os indi­cadores per­ti­nentes a Ara­ca­ju, todos reti­ra­dos do web­site do ISDC — Cidades Sus­ten­táveis.

Conclusão

O radar dos ODS foi con­ce­bido com uma fer­ra­men­ta aux­il­iar à gestão das cidades. Apre­sen­ta indi­cadores um pouco defasa­dos, a nív­el de Brasil, mas ain­da assim pro­move uma com­para­ção obje­ti­va e basea­da em dados, que deve ser lev­a­da em con­ta com um apoio, um auxílio à gestão, sem sub­sti­tuir claro o pen­sa­men­to analíti­co e o dis­cern­i­men­to políti­co que os Prefeitos eleitos agregam à exer­cí­cio do múnus público.

Ara­ca­ju para crescer no índice ain­da pre­cisa enfrentar questões bási­cas lig­adas aos graves prob­le­mas da dis­tribuição de ren­da e suas con­se­quên­cias na condição de tra­bal­ho, mora­dia, saúde, segu­rança públi­ca etc. Estas var­iáveis quase nun­ca estão ape­nas sob a gestão do Prefeito, e esforços con­jun­to de todos os níveis fed­er­a­tivos e de ação estatal são impre­scindíveis para mod­i­ficar a triste desigual­dade social que ess­es indi­cadores retratam.

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Oliveira Jr.

Economista. Especialista em Ciências Sociais (Estado e Sociedade no Nordeste do Brasil) e Empreendedorismo. Mestre em Tecnologias Emergentes em Educação (Must University, 2022).

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